terça-feira, 31 de outubro de 2006

Pepa Delgado

Pepa Delgado (Maria Pepa Delgado), cantora e atriz de teatro de revistas nasceu em 21/7/1887 em Piracicaba, SP e faleceu em 11/3/1945, no Rio de Janeiro, RJ. Era filha Ana Alves e do toureiro espanhol Lourenço Delgado, que se tornou fotógrafo ao chegar ao Brasil.

Em 1902 veio com o pai para o Rio de Janeiro e, aos 15 anos de idade, se tornou atriz e cantora. Entre 1902 e 1920, atuou em várias revistas encenadas no Teatro São José, no Rio de Janeiro. Em 1905, gravou para a Casa Edison a cançoneta O abacate e o maxixe Café ideal, ambos da revista Cá e lá, com música da maestrina Chiquinha Gonzaga. No mesmo ano, gravou Um samba na Penha, da revista Avança e A recomendação, de Assis Pacheco.

Em 1912, a Columbia lançou discos seus, nos quais se lia em uma das faces: "Atriz brasileira que tem feito sucesso e arrancado (sic) de nosssas platéias as mais ruidosas manifestacoes (sic)". Em algumas dessas gravações, se apresentou cantando em duetos com Mário Pinheiro, registrando, entre outras, o tango Vatapá, de Paulino Sacramento.

Entre suas gravações, destacam-se ainda a canção Iara (Rasga o coração), de Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense e, principalmente, Corta-jaca (Gaúcho), de Chiquinha Gonzaga, sua gravação de maior sucesso, ao lado do cantor Mário Pinheiro.

Em 1920, casou-se com o oficial do Exército Almerindo Álvaro de Moraes, que era tesoureiro do Clube dos Democráticos, onde se tornara mais conhecido pelo apelido de Lambada.

Pepa muitas vezes saiu integrando a comissão de frente no desfile dos Préstitos da terça-feira gorda. Nesse mesmo ano seguiu com o marido para a cidade de Campos-RJ, onde se apresentou em teatros.

Encerrou sua carreira artística em 1924, aos 37 anos de idade. Foi ela quem solicitou a Fred Figner, proprietário da Casa Edison e diretor-geral da Odeon Brasileira, que doasse um terreno em Jacarepaguá para construir o Retiro dos Artistas, situado na Rua dos Artistas, ainda hoje em funcionamento.


Otília Amorim

A atriz e cantora Otília Amorim nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 13/11/1894 e faleceu em São Paulo/SP, circa 1970. Estudou num colégio de freiras, até que dificuldades financeiras da família levaram à interrupção de seus estudos.

Estreou como artista em 1910 atuando como atriz no filme Vida do Barão do Rio Branco, de Alberto Botelho. No ano seguinte estreou como corista no Teatro de revistas com Peço a palavra, no Teatro Carlos Gomes do Rio de Janeiro.

Era uma completa atriz de revista. Dançava, era caricata, representava, era bonita e desembaraçada, com total domínio da platéia, foi, segundo o poeta Orestes Barbosa, "a precursora do samba no palco". Grande dançarina de maxixes, seu primeiro papel importante foi de Olga na opereta Ela encenada no antigo Teatro Chantecler.

Trabalhou em muitas companhias teatrais, dentre as quais a de Carlos Leal e Procópio Ferreira. Trabalhou com Leopoldo Fróes, com quem excursionou pela Bahia e Pernambuco, até ingressar no Teatro São José, onde estreou em 1918, na burleta Flor do Catumbi, de Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt, com música de Júlio Cristóbal e Henrique Sánchez.

Em 1919, voltou ao cinema, atuando nos filmes Alma sertaneja e Ubirajara, ambos de Luís de Barros. No ano seguinte, apresentou-se no Teatro São José cantando com grande sucesso, ao lado de Álvaro Fonseca a marcha Pois não, de Eduardo Souto e Philomeno Ribeiro, no quadro Gato, Baêta e Carapicu, na revista Gato, baeta e carapicu, de Cardoso de Meneses, Bento Moçurunga e Bernardo Vivas.

Em 1922 , exibiu-se com sua própria companhia no Teatro Recreio, excursionando em seguida por São Paulo e Rio Grande do Sul. Na revista Se a moda pega, de Carlos Bittencourt e Cardoso de Meneses com música de Henrique Vogeler, encenada em 1925 no Teatro João Caetano, interpretou a marcha Zizinha, de Freitinhas.

Sua discografia é pequena, e se iniciou somente em 1931, com cinco discos para a Victor, de onde se destacam o samba Eu sou feliz e o samba batuque Nego bamba, ambos de J. Aimberê. Neste mesmo ano, participou do filme Campeão de futebol, de Genésio Arruda. Ainda na mesma época, gravou do maestro pernambucano Nelson Ferreira, o samba Tu não nega sê home.

Em 1932 estreou no Teatro recrio a revista Calma, Gegê!, onde interpretou o grande sucesso da temporada, a marcha Gegê, de Getúlio Marinho. No mesmo ano gravou na Columbia a marcha Napoleão, de Joubert de Carvalho.

O escritor e musicólogo Mário de Andrade, no Compêndio de História da Música, relacionou entre seus sambas preferidos, quatro gravados por ela: Nego bamba, Vou te levar, Eu sou feliz e Desgraça pouca é bobagem.

Após casamento com empresário paulista, retirou-se da vida artística. Em 1963, recebeu a medalha Homenagem ao Mérito, da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, por sua dedicação ao teatro brasileiro. Em 1989, o selo Revivendo lançou o LP Sempre sonhando com interpretações suas e de Gastão Formenti, Alda Verona, Raul Roulien.


Olga Praguer Coelho

Foto: Uma das últimas fotos de Olga Praguer Coelho, que depois do êxito de sua temporada europeia deu vários recitais na Tupi, do Rio de Janeiro e de São Paulo (Revista da Semana, 13/Agosto/1938).
Olga Praguer Coelho, soprano e violonista, nasceu em Manaus, AM em 12/8/1909. Sua iniciação musical foi feita pela mãe. Em 1920, a família transferiu-se para Salvador. Em 1923 estabeleceram-se no Rio de Janeiro, num casarão situado na Rua das Laranjeiras. Posteriormente, em 1927, teve aulas de violão com o cantor e violonista Patrício Teixeira.

Em 1928 Patrício Teixeira a levou para a Rádio Clube do Brasil. No ano seguinte, realizou sua primeira gravação para a Odeon, registrando a embolada A mosca na moça, de motivo popular e o samba do norte Sá querida, de Celeste Leal Borges. Nessas gravações foi acompanhada pelos violões de Patrício Teixeira e Rogério Guimarães.

Ainda em 1929, passou a estudar sob a orientação do compositor Lorenzo Fernandez, com quem teve aulas de teoria, harmonia e composição. Em 1932, ingressou no Instituto Nacional de Música, estudando sob a orientação de Lorenzo Fernandez. Concluiu o curso rapidamente, diplomando-se no ano seguinte. Passou então a tomar aulas de canto com Riva Pasternak e Gabriella Bezansoni. Casou-se com o poeta Gaspar Coelho.

Em 1930, lançou mais três discos pela Odeon dos quais se destacam os motivos populares Puntinho branco, com versos de Olegário Mariano, Morena, com versos de Guerra Junqueiro e a canção Vestidinho novo, de Joubert de Carvalho.

Em 1935, assinou contrato de exclusividade com a Rádio Tupi do Rio de Janeiro e São Paulo. No mesmo ano, apresentou-se em Buenos Aires na Argentina, quando da visita do Presidente Vargas aquele país. No ano seguinte, gravou 7 discos na Victor (14 músicas), entre as quais adaptações de canções tradicionais - tipo de trabalho que caracterizaria sua carreira artística, como a modinha Róseas flores e o lundu Virgem do rosário além da canção Luar do sertão, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense e a modinha Gondoleiro do amor, de motivo popular com versos de Castro Alves.

Gravou ainda com Pedro Vargas o lamento Canto de expatriação, de Humberto Porto e o acalanto Boi, boi, boi, de motivo popular com adaptação de Georgina Erisman. Ainda no mesmo ano, foi indicada pelo governo Vargas como Embaixatriz do Brasil no Congresso Internacional de Folclore realizado em Berlim na Alemanha.

Em 1937, seguiu para Europa, onde teve aulas de canto com Rosner. Em 1938, lançou mais um disco na Victor com o registro da modinha Mulata tema popular com versos de Gonçalves Crespo e a macumba Estrela do céu, uma adaptação sua de um motivo popular.

Em 1939, apresentou-se em Lisboa, empreendendo em seguida uma turnê pela Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Em 1942 gravou na Victor o coco Meu limão, meu limoeiro, do folclore brasileiro e a modinha Quando meu peito..., de domínio público.

Em 1944, conheceu o violonista espanhol Andres Segovia (1893-1987) com quem passou a viver. Segovia lhe dedicou várias transcrições e arranjos para canto e violão. Passou desde então a residir em Nova York e empreendeu uma vitoriosa carreira artística internacional. Freqüentou a elite musical européia tendo sido apresentada na França pelo compositor Darius Milhaud, na Itália por Mario Castelnuovo-Tedesco, em Estocolmo por Segóvia e em Nova York por Sergey Koussevitzky e Aaron Copland.

Vários compositores lhe dedicaram obras e transcrições para voz e violão, destacando-se no conjunto dessas a da famosa "Bachianas nº 5" de Villa Lobos (original para oito violoncelos), feita especialmente para ela, que contava com o apoio da esposa de Villa Lobos, Dª Mindinha, para convencê-lo a tal empreendimento. A obra foi estreada com enorme sucesso em concerto no Town Hall em Nova York, contando com a presença de Segóvia e Villa-Lobos na platéia.

Em 1956, jornais de várias nacionalidades destacaram a beleza de sua arte. Para o "Le Figaro", ela possuía "uma bela voz, uma extraordinária musicalidade a serviço de um repertório único". No "New York Times" recebeu crítica do famoso musicólogo americano Olin Downes, dizendo que "cantando Villa-Lobos, o legendário pássaro uirapuru brasileiro, Olga também toca seus acompanhamentos de guitarra com a maestria que aprendeu de Segovia. Um alcance extraordinário de voz e de repertório. A maior folclorista que este crítico já encontrou".

Na velhice, passou a viver em um apartamento na Rua das Laranjeiras, num prédio construído no lugar do casarão onde morou com sua família na sua juventude.

Norival Reis

Norival Reis - 1972
Norival Reis (Norival Torquato Reis), compositor e instrumentista, nasceu em Angra dos Reis/RJ em 24/3/1924. Criado em Dona Clara, bairro situado entre os subúrbios cariocas de Madureira e Osvaldo Cruz, freqüentou desde pequeno o G.R.E.S. da Portela e o G.R.E.S. Império Serrano.

Começou a trabalhar na gravadora Continental, e, influenciado pelo convívio com vários compositores, decidiu-se a compor. Em 1945, fez sua primeira marchinha, Até vestida, realizando logo depois O barão.

De sua autoria foram gravados com sucesso Hoje ou amanhã (com Rutinaldo de Morais), pela dupla Joel e Gaúcho; A lua se escondeu (com Alcibíades Nogueira), por Rui Rei; e A saudade não foi leal (com Jorge Duarte), por Ângela Maria.

Em 1969 entrou para a ala dos compositores da Portela, levado por Cabana, com quem compôs Ilu ayê, samba-enredo dessa escola para o Carnaval de 1972, e em 1975, em parceria com Davi Antônio Correia, compôs Macunaíma, também samba-enredo vencedor.

Composições suas foram escolhidas como sambas-enredo ainda nos anos de 1983 (Hoje tem marmelada, com Jorge Macedo e Davi Antônio Correa) e 1984 (ABC dos orixás, com Dedé da Portela).

Estuda cavaquinho, toca um pouco de violão e é conhecido como um dos maiores especialistas em técnica de acústica e gravação de som, tendo ficado nacionalmente conhecido por ser o responsável pelo som personalizado do cavaquinho de Waldir Azevedo, para o qual criou um sistema especial de câmaras de eco improvisadas, antes de existir o aparelho no Brasil.

Obra


Amigo do rei (c/Alberto Rego), marcha, 1953; Barra da Tijuca (c/Irani Oliveira), samba, 1955; Hoje ou amanhã (c/Rutinaldo Silva), samba, 1952; Iaiá da Bahia (c/José Batista), batucada, 1957, Ilu ayê (Terra da vida) (c/Cabana), samba-enredo, 1972; A lua se escondeu (c/Alcíbiades Nogueira), marcha, 1952; Macunaíma (c/Davi Antonio Correia), samba-enredo, 1975; O morro canta assim (c/José Batista), samba, 1956; O samba é bom assim (c/Hélio Nascimento), samba, 1958; A saudade não foi leal (c/Jorge Duarte), samba, 1961.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Nelson Ferreira


Nelson Ferreira (Nelson Heráclito Alves Ferreira), o Moreno Bom, nasceu em 9/12/1902 na cidade de Bonito, PE, filho de vendedor de jóias e violonista amador e de professora primária. Aprendeu violão, piano e violino e já aos 14 anos compôs sua primeira música, a valsa Vitória, a pedido da Companhia de Seguros Vitalícia Pernambucana. Daí em diante mais valsas, foxes, tangos, canções, vindo a especializar-se no frevo.


Ainda jovem tocou em pensões alegres, cafés, saraus e nos famosos cinemas Royal e Moderno do Recife. Foi o pianista mais ouvido na época do cinema mudo. Nos primeiros anos do rádio foi convidado pelo pioneiro Oscar Moreira Pinto para ser o diretor-artístico da Rádio Clube de Pernambuco, onde, além de compor, fundou vários grupos e orquestras e apresentou os mais variados programas, atingindo, com o seu talento e versatilidade, todas as camadas sociais.

Formou a partir dos anos 40 uma Orquestra de Frevos, cuja fama extrapolou as fronteiras pernambucanas, conseguindo sucesso nacional. Também foi homem do disco, na função de diretor-artístico da Fábrica Rosenblit, selo Mocambo, instalada nos anos 50 no Recife, então a única gravadora fora do eixo São Paulo-Rio.

Seu sorriso aberto e franco, sua bondade, seu espírito nativo e criativo, valeram-lhe muitos amigos em todos os segmentos. Alguns até se tornariam seus parceiros musicais: Sebastião Lopes (o bom Sebastião), Ziul Matos, Aldemar Paiva e tantos outros famosos na radiofonia pernambucana. Compôs sete Evocações, apreciadas em todo o Brasil nas quais homenageou carnavalescos, velhos companheiros, jornalistas e imortais da poesia como Manuel Bandeira, e artistas da dimensão de Ataulfo Alves, Lamartine Babo, Francisco Alves, entre outros.

Nelson é um dos nordestinos que possui maior número de músicas gravadas dentro da discografia nacional, embora grande parte seja desconhecida do resto do Brasil. Sua produção, ao lado da de outros pernambucanos, como Raul e Edgar Morais, Zumba, Levino Ferreira, Irmãos Valença, Luiz Gonzaga e Capiba, e outros mais, é de importância enorme no estudo das manifestações músico-sócio-culturais da região.

Teve sua primeira música gravada, em ritmo de samba, Borboleta não é ave, no Odeon 122.381, pelo Grupo do Pimentel, concomitantemente pelo cantor Bahiano, no Odeon 122.384, como marcha, ambos os registros para o Carnaval de 1923.

No final dos anos 20 suas músicas são constantemente gravadas no Sul pelos artistas mais famosos: Francisco Alves, Almirante, Carlos Galhardo, Araci de Almeida, Joel e Gaúcho, Augusto Calheiros, Minona Carneiro, e, nos anos seguintes, por Dircinha Batista, Nelson Gonçalves, várias orquestras, além de intérpretes pernambucanos do maior valor, no Recife, como Claudionor Germano e Expedito Baracho.

Sua importância como autor vai além dos frevos, já que compôs valsas tão aplaudidas na região quanto as vienenses, que lhe valeram do escritor Nilo Pereira estas palavras: “Feiticeiro do piano, fixador dum tempo que as suas valsas revivem como se estivessem falando. Se meia-hora antes de sair o meu enterro tocarem as valsas de Nelson, velhas valsas tão íntimas do meu mundo, irei em paz, sonhando.”

Sua projeção nacional evidenciou-se de forma efetiva em 1957 através de sua Evocação nr. 1, frevo de bloco sucesso no Carnaval de todo o país, no qual resgata com saudade momentos inesquecíveis do Carnaval do Recife: “Felinto, Pedro Salgado/Guilherme Fenelon/Cadê seus blocos famosos?...”

A Mocambo, em 1973, resgatou em 4 LPs uma produção de 50 anos do querido maestro, abrangendo valsas e frevos de rua, de bloco e canção, coletânea documental que é um retrato da própria história sócio-cultural de Pernambuco. Em sua extraordinária obra, Nelson fez adivinhações, brincou de Boca de Forno, de Coelho Sai, fez evocações, cantou a sua Veneza Americana e seus tipos populares, registrou a Revolução de 30 e a Segunda Guerra Mundial, os momentos românticos, alegres e tristes, disse da natureza humana, da tradição e dos costumes de sua gente.

Antes de falecer fez questão de demonstrar a enorme gratidão que sentia pela cidade que o fez seu cidadão. “Olhar meu Recife/Amar a sua gente/Que a graça da bondade sempre me concedeu/Vivendo um mundo assim/De ternura e de beleza/Quanto é bom envelhecer/Assim como eu”. Ainda em vida foi homenageado por governadores, prefeitos, clubes e entidades, tendo recebido a condecoração presidencial de Oficial da Ordem do Rio Branco.

Casado desde 1926 com D. Aurora, sua musa inspiradora durante toda a vida, confessava que os maiores orgulhos de sua vida eram ser pernambucano e poder despertar para Aurora. Foram anos e anos de doce felicidade com o filho e depois os netos no antigo casarão da avenida Mário Melo, onde se encontra a praça Nelson Ferreira com seu busto.

Veio falecer em 21.12.1976, com 74 anos. Foi velado na Câmara Municipal e fez o itinerário em direção á última morada nos braços do povo e ao som dos seus frevos e evocações. O maestro Vicenti Fittipaldi declarou de certa feita: “Ele era como Mário Melo, Ascenso Ferreira, Valdemar de Oliveira, uma das instituições da cidade. Era, com sua música, aquilo que Garrincha foi com o seu futebol, a alegria do povo. Tenho plena convicção de que daqui a duzentos anos Gostosão e a Evocação serão tocados e cantados pela gente do Recife. Não serão mais de Nelson Ferreira, serão folclore, serão como Casinha Pequenina, Prenda Minha e o Meu Limão, Meu Limoeiro, que, sem dúvida, também tiveram um autor”.

Quando seus olhos se cerraram pela última vez, escreveu Gilberto Freyre no Diário de Pernambuco: “O vazio que deixa é o que nos faz ver como era grande pela sua música, pelo seu sorriso, pela sua fidalguia de pernambucano.”


Fonte: Renato Phaelante da Câmara